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Pretino P. Albury
Parceiro
Pretino P. Albury, CPA, CA, é um sócio com mais de vinte anos de experiência em contabilidade pública e serviços de consultoria. Tem uma formação diversificada, tendo trabalhado em vários setores, incluindo serviços financeiros, energia e serviços públicos, turismo e lazer e negócios de consumo. Pretino é um antigo auditor e consultor das Big 4, especializado em gestão de riscos e controlos. Prestou serviços a clientes nas Bahamas, nas Caraíbas e nos Estados Unidos. Pretino é membro do Bahamas Institute of Chartered Accountants e é o próximo presidente do Instituto.

Desafios em matéria de conformidade com o Bahamas Business Licence Act

Outubro 15, 2024

Em 1 de julho de 2023, as Bahamas introduziram alterações regulamentares significativas com o Business Licence Act 2023, impondo novos requisitos de conformidade às empresas, especialmente em sectores-chave. O primeiro ano da legislação expôs lacunas de conformidade significativas nas empresas de média dimensão, criando um estrangulamento de auditoria.

Pretino Albury, sócio da Kreston Bahamas e presidente do Bahamas Institute of Chartered Accountants (BICA), explica os desafios que a atualização revelou.

Empresas afectadas

As alterações à Lei relativa às licenças comerciais destinam-se especificamente às grandes empresas com receitas anuais iguais ou superiores a 5 milhões de dólares, que representam cerca de 1% dos titulares de licenças comerciais registadas. Estas reformas visam garantir que as maiores empresas sejam tributadas de forma adequada, enquanto 91% das empresas mais pequenas – as que registam receitas inferiores a 100 000 dólares – não são afectadas por estas alterações.

Maior controlo

No primeiro trimestre de 2024, os funcionários do Department of Inland Revenue (DIR) informaram que até 20% dos registos de licenças comerciais estavam a ser objeto de um exame minucioso. Albury referiu a pressão que este facto exerceu sobre o sistema, afirmando “As auditorias revelaram deficiências de controlo interno e de processos em muitas empresas, especialmente em empresas privadas que tinham práticas ultrapassadas.”

Desafios com a conformidade inicial e as auditorias

Durante a implementação, as empresas depararam-se com dificuldades significativas, nomeadamente no que se refere aos requisitos de auditoria obrigatória. “A BICA e a Câmara de Comércio das Bahamas pediram um adiamento das auditorias obrigatórias, invocando a falta de preparação das empresas e dos profissionais de contabilidade”, explicou Albury. Embora o adiamento de um ano tenha sido negado, o DIR concedeu uma prorrogação de seis meses para as auditorias, com um novo prazo de 30 de junho de 2024.

No entanto, mesmo com a prorrogação, muitas empresas tiveram dificuldade em cumprir o prazo, o que levou a um número avassalador de pedidos de prorrogação. “Aproximadamente 75% das empresas necessitaram de novas prorrogações, justificando o nosso pedido inicial de um prazo mais alargado”, acrescentou Albury. Como resultado, as auditorias prolongaram-se até outubro e novembro de 2024, muito para além do prazo inicial de abril.

Deficiências do controlo interno

O processo de auditoria revelou deficiências significativas nos controlos internos de uma série de empresas. “Muitas empresas ainda utilizavam métodos contabilísticos desactualizados de há 15 a 20 anos e algumas não estavam em conformidade com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (IFRS)”, afirmou Albury. Isto era particularmente verdadeiro para as empresas privadas, muitas das quais não tinham sido sujeitas a uma supervisão tão rigorosa. “As conclusões foram um alerta para as grandes empresas, em particular”, acrescentou.

Medidas positivas

Apesar destes desafios, as auditorias também proporcionaram oportunidades de melhoria. Os auditores fizeram recomendações para reforçar os sistemas e processos, conduzindo a melhorias a longo prazo. “Estas constatações, embora surpreendentes para muitas empresas, têm a Bahamas Business Licence Act lança um desafio de conformidade no mercado médio, resultando em soluções significativas recomendadas”, comentou Albury. Se forem implementadas, espera-se que estas alterações tenham um impacto positivo duradouro nas operações comerciais e na conformidade.

Prazos futuros

Olhando para o futuro, persistem as preocupações sobre os futuros prazos de auditoria. A BICA recomenda outra prorrogação do período de apresentação de 2025, propondo que o prazo passe de abril para junho. “Prevemos que mais um ano de auditorias obrigatórias irá pressionar tanto os contabilistas como as empresas”, alertou Albury. No entanto, mantém-se otimista: “Embora as empresas e os contabilistas tenham enfrentado desafios, o processo conduziu a recomendações positivas, garantindo uma melhor preparação nos próximos anos.” Albury concluiu: “O verdadeiro teste será determinar se estas auditorias aumentam as receitas das licenças das empresas ou se confirmam que as empresas já estavam em conformidade.