Claudio Legnazzi
Sócio da Legnazzi & Partners, Itália
Sócio-gerente da Legnazzi & Partners – empresa fiscal especializada em fiscalidade local e internacional, imposto sobre o rendimento, IVA, contencioso fiscal, operações extraordinárias, preços de transferência e contabilidade.
Investir em Itália
Janeiro 11, 2024
Para compreender melhor a situação atual do investimento em Itália e as perspectivas para o futuro, falámos com Claudio Legnazzi, sócio da Legnazzi & Partners, uma empresa de consultoria com sede em Itália, especializada em serviços de consultoria jurídica e financeira.
Previsibilidade regulamentar num contexto de legislação de rotina
Compreender o clima regulamentar é crucial para os potenciais investidores que pretendem investir em Itália. Claudio Legnazzi afirma: “Normalmente, em Itália, são publicadas anualmente duas ‘Finanziarie – Leis Financeiras’. No entanto, as leis de 2023 não introduziram quaisquer inovações significativas ou aspectos interessantes para quaisquer empresas/indivíduos estrangeiros interessados em operar em Itália.”
Embora não haja mudanças revolucionárias, esta estabilidade regulamentar apresenta um ambiente de previsibilidade – um fator altamente valorizado pelos investidores que procuram segurança nos seus empreendimentos comerciais. A Itália mantém o seu quadro jurídico estabelecido, promovendo uma atmosfera propícia ao investimento estrangeiro.
A alimentação e o turismo em foco
O sector dos serviços, que constitui a base do quadro económico italiano, registou mudanças notáveis no ano passado. Segundo Legnazzi, “creio que o maior crescimento em 2023 no mundo dos serviços diz respeito ao sector alimentar e ao turismo”. No sector alimentar, o aumento do número de novos estabelecimentos, pequenos e grandes, reflecte a popularidade duradoura da cozinha italiana. Restauradores de renome estenderam a sua influência ao estrangeiro, demonstrando o apelo global da oferta culinária italiana.
Simultaneamente, a procura turística registou uma mudança acentuada, com certas regiões a ganharem proeminência. Legnazzi observa: “As ilhas estão sempre em voga, mas a procura também continua a crescer para a Puglia, em particular”. Esta diversificação dos interesses turísticos apresenta oportunidades para os investidores que exploram diferentes facetas da economia de serviços italiana.
Perspectivas para os próximos 12 meses
Em relação ao futuro, Claudio Legnazzi adopta uma posição cautelosa para os próximos 12 meses. No que diz respeito aos próximos 12 meses, não creio que venhamos a registar um crescimento significativo”, afirma. O atual panorama geopolítico, marcado por conflitos mundiais, contribui para um clima de incerteza. Esta incerteza, sugere Legnazzi, é suscetível de manter o mercado relativamente estagnado, uma vez que os investidores adoptam uma abordagem de “esperar para ver”.
Políticas ESG: um debate crescente
As políticas ambientais, sociais e de governação (ESG) estão a ganhar proeminência a nível mundial, mas o seu impacto em Itália ainda está a evoluir. Legnazzi observa: “Atualmente, em Itália, fala-se muito de ‘ESG’, mas poucas empresas estão já preparadas para as políticas ESG”. Salienta que apenas alguns grandes grupos estão a apresentar os seus primeiros relatórios de sustentabilidade, sublinhando que o caminho para uma integração abrangente de ESG ainda está na sua fase inicial.
O impulso regulamentar para o ESG é evidente, com Legnazzi a referir que “o próprio Banco de Itália pediu às empresas que operam no mundo da banca e dos seguros que preenchessem um questionário indicando as medidas previstas para o triénio 2023-2025”. Este facto assinala uma sensibilização crescente para a importância das práticas de sustentabilidade, com os organismos reguladores a tomarem medidas para incentivar a responsabilidade das empresas.
Embora os desafios sejam evidentes, o fascínio das ofertas culturais e económicas de Itália continua a interessar os investidores, incitando-os a navegar através das incertezas com uma abordagem estratégica. Embora Legnazzi considere que, por enquanto, a Itália se encontra num padrão de espera, a regulamentação ESG e as iniciativas de financiamento de apoio poderão fazer com que as empresas italianas considerem a possibilidade de se reestruturarem para cumprir estas novas normas.
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